Queridos,
Coloco aqui a carta que escrevi no aeroporto de Porto Alegre, prestes a voltar para São Paulo, poucos dias antes da vó Zilda falecer.
Relendo a carta agora, após algum tempo, tive a certeza de que a vó foi em paz e que continua entre nós, com muito amor. Uma evidência disso é que semana passada acordei no meio da noite (3:30h da madrugada, aproximadamente) sentindo sua presença. Foi muito estranho e inesperado e, ao mesmo tempo, muuuito bom. Ela se libertou e estará conosco sempre, em forma de luz e energia.
Beijos,
Ana Carla
Minha avó
Pra onde você vai, minha avozinha querida?
O que ainda te prende aqui nessa dimensão terrena? Todos os teus filhos estão em paz, todos os teus netos seguem seu caminho. Você deixou um belíssimo legado.
Vai em paz, minha avozinha querida, que aqui contaremos aos nossos filhos (teus bisnetos) e nossos netos (teus tataranetos) da brava lutadora que tu fostes em vida. Da pessoa sempre positiva e otimista que marcou tua pessoa. Do carinho. De como não podemos perder esse amor genuíno, incondicional, amor que não esperava nada em troca.
Da avó, colona de São Sepé do Rio Grande do Sul, que fez questão que todos os filhos estudassem. Que propagou isso aos ventos e não só também os netos o fizeram, mas todos aqueles que a rodeavam. Que tiveram a honra de escutar tuas lições de vida.
Tudo vai ficar bem, minha avozinha querida.
Você vai encontrar o meu avô? É isto que te espera? Você estará nos esperando Lá, em algum lugar, quando chegar a nossa vez?
Como será quando chegar a nossa vez?
Você voltará no corpo de uma menina, assim como você sempre contava que o meu avô voltou nos olhos e no sorriso maroto daquele menininho do ônibus em Porto Alegre?
Vai em paz, minha avozinha amada, descanse. Você lutou muito nesses 86 anos. Você venceu muitas guerras. Uma guerreira. Uma mulher destemida que deixou seus genes e suas histórias na “querida descendência”. Uma mente livre e questionadora que ajudou o mundo a se libertar de muitas amarras terrenas.
Vou contar de ti para meus filhos, avozinha querida. Vou falar de quem tu eras e quais as tuas histórias.
Vou contar dos lindos vestidos de cinderela. Da “altura de miss”. Da indescritível torta de nozes. De como ficava feliz e se orgulhava ao mostrar as fotos dos filhos e netos, de sangue e de coração. “Tem que estar bonita nas fotos para a posteridade...”. Vou contar da tua garra ao aprender a usar a internet aos quase 80 anos de idade. Do mantra sempre positivo antes de dormir. “Paz, Saúde, Amor...”
Descanse em paz e junto ao Deus que tu escolhestes, minha avozinha querida.
Aqui na Terra todos os teus filhos e netos te amam muito. E isso permanece. Para sempre.
Sentiremos saudades, mas a sua batalha já foi vencida com louvor.
Junte-se a seus antecedentes. Uma hora nos encontraremos novamente. Tenho certeza.
E te guardarei junto a mim. Ao lado do meu coração.
Todos te amamos muito, minha avozinha.
Vá em paz. Se liberte.
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Aninha, foi teu presente de aniversário.
ResponderExcluirBjo.